domingo, 13 de novembro de 2011

“A Escola do antigamente é que era!”

Um assunto que parece estar em voga é o comportamento dos alunos. “Antigamente é que era tudo caladinho”, “as crianças sabiam tudo, hoje nem sabem a tabuada”.
Às vezes dá a sensação que as crianças de outrora eram sobredotadas. Na minha opinião e claro, vale o que vale, o professor era o único detentor de informação e existia determinados conhecimentos que eram passados para os alunos como “os rios, serras de Portugal, tabuada,etc.” e após este conhecimento estar adquirido ou pelo menos decorado estávamos perante um aluno de sucesso.
Hoje a quantidade de informação ao alcance das crianças é inesgotável, o professor tem que ser além de um transmissor de conhecimentos como dantes, um educador na selecção de informação, em formas de estudo autónomo e de investigação.
O aluno de hoje domina as novas tecnologias, faz uso delas e ainda segue um programa com várias disciplinas antes inexistentes. Por isso, não me convencem quando dizem que os alunos de “antigamente” eram mais inteligentes e que todos davam bons médicos “Se eu tivesse tido as oportunidades que hoje têm era médico”.
O contexto de ensino é completamente diferente, mas também não vou dizer que é melhor ou pior porque em questões de métodos de avaliação de hoje até me arrepiam, mas esse é outro assunto.
Quanto ao comportamento existem sempre professores com mais domínio sobre as turmas seja pela autoridade, criatividade e outros que já não têm a mesma capacidade, mas isso não depende apenas dele próprio como iremos ver.
Ter uma turma bem comportada é mais do que “mandar calar”. Gostaria de ver a cara dos encarregados de educação se num dia o professor desse “reguadas” como os nossos pais contam. Hoje o professor até por chamar à atenção de um aluno pode ser recriminado. Se não é dado poder para repreender um comportamento obviamente que não estamos em pé de igualdade com o antigamente pois estes métodos não podem ser aplicados.
Até hoje nunca tive que recorrer à repreensão física porque no dia que sentir essa necessidade e perante as restrições actuais chamava obviamente o responsável da escola e ia-me embora, vídeos das aulas na televisão e/ou facebook como se vê, isso é que é completamente embaraçoso e não só para o professor como também para os pais dos alunos.
“De pequenino se torce o pepino” é desde muito pequena que a criança deve aprender as regras, a psicologia diz que aos 3 anos a criança já tem grande parte da sua personalidade formada e quantas crianças vemos a gritar com os pais no supermercado, não deixar o pai falar com a mãe, puxar os cabelos… É desde cedo que começa a educação, se os pais não dominam seus filhos, vão os professores conseguir?
Em suma, não vale a pena falar do antigamente quer em termos de resultados, comportamento, métodos, etc. temos que pensar é no futuro e como vamos construir formas de melhor a educação em Portugal.
A educação deve começar em casa e ter continuidade na escola. O professor deve conhecer o encarregado de educação e definir estratégias de ensino e caso necessário de comportamento da criança.
Após este contacto inicial e após ter conhecimento geral sobre a turma, o professor deve definir regras, recompensas e castigos desde o início, tudo tem regras, código da estrada, os jogos, os concursos televisivos, trabalho, etc e a sala de aula não deve ser excepção.
A repreensão e a recompensa deve ser imediata ao comportamento e não haver “desculpas” nem “segundas oportunidades” a partir do momento que as crianças sentirem uma fragilidade ou uma forma de contornar as regras já não as respeitam.
Não acredito serem necessárias muitas regras apenas algumas e todos as devem registar no caderno.
Se dantes enviar recados na caderneta do aluno era um tormento hoje não é significativo, se estar de castigo era vergonhoso agora já é costume por isso, há que ser firme e claro nenhuma aula é 100% silenciosa e temos que dar tolerância no último tempo da sexta-feira! J

P.S.: Nas minhas aulas é estritamente proibido ter telemóvel, sim acreditem ou não crianças de 8 e 9 anos já têm telemóvel…

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